Era como se estivesses naquele quarto escuro, frio sem saídas.Trancafiado gritastes, sozinho, em vão.Sentias medo? Ou ainda sentes? Era agonizante e enlouquecedor aquele medo que te controlava, dominava ,Pensas, arquitetas planos de fuga, mas não há saída.Desistes de tanto ter tentado sem êxito; é ai que o pessimismo começa a retirar todas as virtudes que possuístes.Impotência, insuficiência, desprezo. Eles te flagelam, te destroem por dentro.É como se de repente cansastes.Todas as vezes que tentaste se levantar, foste surpreendido pelos tropeços consecutivos.Sofres, em vão.Sofres e cicatrizas.Desmaias.Viste algo, seria aquela uma luz, uma presença? Alguma abertura?Era alguém. Ou ninguém.A partir deste encontro, as tuas perspectivas iludidas foram preenchidas. Não contavas com aquele veneno encantadoramente, sedutoramente desconhecido:Era ela a tão temida esperança.Ela te consumia, te dominava. Sim percebeste, mas fingis que não nota a sua presença.Finalmente observas que não havia mais maneira de se desvencilhar. Envolveste. Aceitas a derrota com o sentimento de um vencedor.Gozas do prazer enlouquecedor e proibido de ter se permitido ceder, ter se envolvido de ter sido atraído.A felicidade viera despercebida.Êxito.Compartilhas da maneira mais intensa que pudera, viciaste na sua sensação entorpecente.Vício.Pecaste.Percebeste que do mesmo modo abrupto e inesperado que, a felicidade havia iluminado aquele quarto, ironicamente havia te abandonado.Não.Não havia motivos.Não sabias as repostas para as tuas perguntas.Estas lhe trouxeram os devaneios corrosivos, aqueles que começariam a te destruir.Finalmente ou não, tudo voltara à normalidade depressiva da rotina. Mas não era da maneira que previste, que profundamente desejavas.O quarto escurecera, esfriara novamente, mas ainda haveria a renovação, que esperava pacientemente ser despertada pelo tempo e a maturidade necessária.

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